Analistas aconselharam investidores a ficarem atentos aos comunicados das agências de crédito
Repórter da Exame
Bancos afetados pela turbulência causada pela Archegos Capital podem ter perdas totais entre US$ 5 bilhões e US$ 10 bilhões, segundo o JPMorgan.
As perdas resultantes da liquidação de posições vinculadas à Archegos serão “muito materiais” em termos da exposição a empréstimos para um negócio marcado a mercado e com garantias líquidas, escreveram analistas liderados por Kian Abouhossein em relatório.
A equipe acrescentou que a estimativa da Nomura de que pode perder US$ 2 bilhões e reportagens na mídia de perdas entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões do Credit Suisse não é “um resultado improvável.
Analistas e investidores tentam calcular as perdas finais de bancos expostos à implosão da Archegos, mas é uma tarefa difícil devido à natureza opaca das operações alavancadas envolvidas. O JPMorgan havia estimado anteriormente perdas na faixa de US$ 2 bilhões a US$ 5 bilhões.
“Ainda estamos intrigados por que o Credit Suisse e a Nomura não conseguiram desfazer todas as suas posições neste momento”, escreveram os analistas, acrescentando que esperam ver divulgações completas dos bancos até o final desta semana.
Analistas aconselharam investidores a ficarem atentos aos comunicados das agências de crédito, pois acreditam que a má gestão do risco seja um problema.
É um tema emergente no Credit Suisse, onde executivos esperam que as perdas relacionadas à Archego somem bilhões, segundo pessoas com conhecimento do assunto. As perdas de março podem evaporar mais de um ano de lucros para o banco e ameaçar o plano de recompra de ações, além de aumentar o impacto sobre sua reputação devido a outros problemas.
O plano do banco de recomprar 1,5 bilhão de francos suíços (US$ 1,6 bilhão) em ações está em risco, segundo Eoin Mullany, analista da Berenberg. Ele estima que o banco pode enfrentar perdas de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões.
O Wells Fargo não registrou perdas relacionadas ao encerramento de seu relacionamento com a Archegos Capital Management, segundo comunicado do banco na terça-feira.
“Tínhamos uma relação de corretagem prime com a Archegos”, disse o banco, destacando o bom nível de garantias na última semana e que não tem mais “qualquer exposição”.
Repórter da Exame